Sunday 30 May 2010

Johny Winter

Não sou daqueles partidários da idéia de que Blues só pode ser feito por negros, mas sempre que vejo um branco tocando fico com os dois pés atrás. Isso não é preconceito. É resultado de ver mais tentativas do que sucesso. Felizmente há exceções, e Johnny Winter certamente é uma delas. Às portas dos anos 70, em plena psicodelia, Johnny Winter se entrega a um disco de Blues de verdade, cru como poucos, intenso, e o que é mais raro: com um estilo muito peculiar de cantar e tocar. Blues de verdade, como deve ser. Simples e direto, sem frescuras ou exibicionismo, sabendo aliar técnica, velocidade e sinceridade, coisa que poucos sabem fazer. Acompanhando ele, ninguém menos do que Tommy Shannon (que mais tarde tocaria com Stevie Ray Vaughan) e Willie Dixon (é, ele mesmo). Esse disco inaugural de Johnny Winter certamente é um marco na história do Blues e merece estar aqui.








Saturday 29 May 2010

Skip James: Hard Time Killing Floor

Isso sim é BLUES, e dos melhores. Esse sabia utilizar técnica e destreza a favor do estilo, e não como puro exibicionismo, que é o que se mais vê por aí... Skip James pode ser desconhecido por muitos, mas o talento dele é comparável ao de figuras como Robert Johnson. A voz e a maneira de tocar é como a de Howlin' Wolf, B.B. King ou john Lee Hooker: única e inconfundível. Não tem muito o que falar. Só ouvindo para entender.







Gary Moore: Back To The Blues

Não sou um fã entusiasta de Gary Moore, e não gosto de muito do que ele faz quando o assunto é Blues. É exagerado às vezes, e já o vi "desrespeitar" autoridades como Albert King ao vivo exibindo técnica além do necessário e diminuindo King (como se técnica fosse sinônimo de alguma coisa no Blues). De qualquer forma, a contribuição dele é interessante e ele de fato tem bons momentos no Blues, e sabe incluir elementos mais "roqueiros" sem perder a essência da coisa. Nestes dois discos mais recentes é isso que encontrei. Discos blueseiros, interessantes, criativos, e com muita coisa que merece palmas fervorosas. Se ele se dedicasse somente a isso, e tivesse um pouco mais de humildade, certamente seria um guitarrista muito maior do que já é, mas...










Saturday 22 May 2010

Muddy Waters: Folk Singer

Este é um disco antológico, único. Não conhece Blues de verdade que não o ouviu ainda. Nele, simplesmente o que há de melhor: Muddy Waters divide os violões com ninguém menos do que Buddy Guy, acompanhado pelo grandíssimo Willie Dixon no baixo e Clifton Jamesn na bateria. Não tem como pedir mais do que isso. Blues jorra pelas caixas de som quando ouvimos isso. Destaco especialmente a faixa "Feel Like Going Home", uma das primeiras de Muddy que ouvi e que me fez comprar meu primeiro slide.








Thursday 20 May 2010

Son House

O título não carece de mais nada. Son House já diz tudo. Um pilar, e na minha opinião o mais forte deles. A força com que Son House toca e canta é impressionante. Ele em vídeo é impagável. Uma prova da atualidade de Son House? Vide White Stripes, que fizeram versões que fazem jus ao original, cantadas e tocadas com o mesmo ímpeto, intensidade, crueza. Isso é a prova de que Son House não morreu. Pelo contrário. Só falta aprendermos a beber da fonte dele.










Um tributo a quem fez um tributo:

Sunday 16 May 2010

Howlin' Wolf: His Best Chess 50th Anniversary e The London Sessions


A primeira vez que ouvi o nome de Howlin' Wolf foi num disco de Blues, mas não passava de uma referência a ele. Também desta vez demorei a descobrir quem era e como soava Howlin' Wolf. No entanto, foi uma espera que valeu muito a pena. Ele me ajudou a definir o que eu considero Blues, e isso é algo que posso resumir em duas palavras: sinceridade e originalidade. Sem isso, não tem como soar Blues. Não adianta falar da vida difícil, de desamores, ter progressões harmônicas em I-IV-V, escalas pentatôticas, riffs clichês. Sem originalidade, e principalmente originalidade, não é Blues. Adicione a isso uma dose generosa de simplicidade e temos o que há de melhor no Blues.

Howlin' Wolf, que teve Charlie Patton como um de seus 'professores', já que foi com ele que aprendeu a tocar guitarra - o próprio Howlin' Wolf conta isso em uma de suas gravações que disponibilizarei em breve -, tem de tudo que poderia precisar para ser um dos pilares que sustentam o gênero: é simples, direto, sincero, intenso, e com uma voz absolutamente inconfundível.

Só ouvindo para saber o que digo:









E ESSE MERECE ATENÇÃO ESPECIAL:

Buddy Guy: The Complete Chess Studio Records


Buddy Guy para mim tem um significado bastante especial. Por muito tempo só ouvia falar meu pai dele, mas como na época tinha internet, até que eu pudesse OUVIR ou VER Buddy Guy tive que esperar bastante. O primeiro contato, felizmente, foi com um VHS emprestado por amigo da família, que salvo algum engano era o vídeo de The Real Deal. Fiquei fascinado. Absolutamente fascinado pelo jeito que ele tocava e cantava. Foi daquele momento em diante que me distanciei sistematicamente do Heavy Metal que ouvia até então. Todo o resto perdia graça diante da sinceridade com que Buddy Guy tocava e cantava. A simplicidade e a forma como ele se entregava à música eram verdadeiras demais para serem ignoradas.

O resto nem preciso contar.

Nestes CD's estão todas as gravações de Buddy Guy com a Chess Records. Um marco na história do Blues e na carreira desse músico.






Willie Dixon - The Chess Box


Talvez você não saiba, mas Willie Dixon foi o responsável pela composição de algumas das mais memoráveis e conhecidas canções de blues, dentre elas Hoochie Coochie Man, My Baby, Third Degree... Quase todas fizeram sucesso e fama de outros artistas como Muddy Waters, Little Walter, e muitos outros. Nestes CDs, está uma seleção das gravações de Willie Dixon com a Chess Records, a gravadora responsável por lançar vários dos maiores nomes do blues. Se há alguma gravadora que conta a história do Blues, é a Chess Records, e Willie Dixon foi que praticamente escreveu esta história.







Releituras de Johnson: Part II


Como havia dito num post anterior, Clapton nos fez o favor de atualizar as gravações de Robert Johnson, e o fez de forma antológica em dois lançamentos, um em CD simplesmente, o Me and Mr. Johnson, e outro num pack CD+DVD. Neste post trago o CD que acompanha o DVD Sessions for Robert J. Para fãs de blues, de Clapton, de Johnson ou para quem só gosta de música, isso é imperdível.


Um gostinho do DVD:




Etta James: Life, Love & The Blues


A voz de Etta James é inconfundível, única. Sobra projeção, personalidade, potência, sinceridade. Sobra Blues na voz dela. Este é de longe um dos meus favoritos. Destaques merecidos são Born Under a Bad Sing e Hoochie Coochie Gal. Coisa de quem sabe o que está fazendo!

Saturday 15 May 2010

Elmore James


Se eu tive a sorte de ter conhecido Elmore James, foi graças a Eric Clapton em From the Cradle - o qual, a propósito, foi um disco que me fez ir atrás de muita coisa ou, na verdade, todos os nomes que assinavam aquelas músicas. Sempre achei o slide fascinante, e até hoje luto comigo mesmo pra conseguir dominar o tubinho (ainda estou muito longe disso), e certamente nada foi mais inspirador do que ouvir Elmore James fazendo do slide nada mais do que uma extensão dos seus dedos. Só ouvindo pra entender.


John Lee Hooker: Half a Stranger 1948-1954


Um excelente disco do Hooker, cru e direto como o blues deve ser. Sem frescuras, mas com aquele groove e aquela sensualidade que só John Lee Hooker sabia imprimir no blues.



Charlie Patton




A impressão que tenho quando penso em Charlie Patton é que ele parece estar meio esquecido, da maioria que não está tão apegada ao blues quanto alguns fanáticos (como eu). Mas não há dúvidas de que Charlie Patton é um pilares de sustentação do gênero, tão importante quanto Robert Johnson ou Son House, ou outros mais e menos lembrados.





Releituras de Johnson


Eric Clapton nos fez o favor de gravar excelentes releituras e atualizações das músicas de Robert Jonhson, com arranjos excepcionais que fazem justiça ao que as composições representam no universo do estilo. Esse tributo foi lançado em parte do CD Me and Mr. Johnson, e em parte no DVD Sessions for Robert J., que além das imagens das gravações traz ainda outro CD, com músicas que não encontramos em Me and Mr. Johnson.

Ficar aqui falando não leva a nada. O melhor a fazer para entender o que tenho a passar é ouvir o disco:

Abrindo as portas: Robert Johnson




Nada mais óbvio do que começar o blog com Robert Johnson. Ele pode não ter sido o primeiro bluesman, e pode não ter sido o melhor deles, mas quem conhece blues sabe da importância de Robert Johnson não só para o estilo, como para além dele, fazendo com que se embrenhasse pelas veias do rock.

Robert Johnson gravou pouco, mas o pouco que gravou fala por si só, então deixo que os que ouvirem tirem suas próprias conclusões. Afinal, não há palavras que façam justiça à contribuição de Robert Johnson.

Nestes arquivos estão todas as gravações de Robert Johnson: