Monday 28 June 2010

Johnny Shines: Ramblin' Blues

Esse cara, segundo ele mesmo, conheceu e tocou com Robert Johnson. Quem gosta e entende de Blues sabe do que estou falando. O estilo de Johnny Shines nos remete imediatamente à R. Johnson e, apesar de  pouco conhecido e comentado, foi um dos grandes fundadores do Blues. Tudo que pude ouvir de Shines foi simplesmente impressionante, e só me faz pensar que ainda falta muito para descobrir, e é uma pena que somente os mesmos nomes sempre tenham mais espaço na mídia, que já dá tão pouca atenção ao Blues.

Sem mais, este disco que posto aqui hoje foi o que saiu na The Blues Collection: Ramblin' Blues. Só ouvindo para entender.





Sunday 20 June 2010

Muddy Waters: Electric Mud

Este disco contém o que há de melhor no Blues do Muddy. É uma porrada do início ao fim e não tem como ficar indiferente. A faixa de abertura, I Just Want to Make Love To You é simplesmente fantástica nessa versão, e nos faz entender o porque de tantas regravações posteriores. Só ouvindo para entender o que estou tentando dizer.





Buddy Guy: Skin Deep

Lançado em 2008, marcado por um grande número de composições novas e na maior composições do próprio Buddy, este é, para mim, o melhor disco dele. Blues do mais puro, sem soar velho, batido ou repetitivo. Nada daquele "mais do mesmo". Destaco em especial as faixas Skin Deep e Who's Gonna Fill Their Shoes. Entre as participações especiais, ninguém menos que Eric Clapton. Uma obra-prima, sem dúvida.







B.B. King: Live (2008)

Este foi um dos discos lançados após a "aposentadoria" do King of the Blues.  Para os que perderam a passagem dele pelo Brasil (algo que eu não perderia nem que tivesse que vender até a alma), esse disco é uma excelente amostra do que foi perdido, tanto pela perfomance impecável do velho mestre, quanto pela escolha do repertório, que não foi muito diferente disso. No mais, B.B. King dispensa apresentações, e ao vivo é sempre perfeito.



Sunday 6 June 2010

Freddie King & Albert King: Blue on Blues

Encontro de dois dos 3 Kings of the Blues (o terceiro vocês sabem que é).  Não dá para falar muito sobre o encontro desses dois pilares colossais. Sem eles, talvez não tivéssemos Stevie Ray Vaughan, Clapton e tantos outros. A importância de Albert King para Stevie Ray é notória e óbvia. Basta ouvir King tocando que veremos de onde Stevie Ray veio. Clapton, mais disfarçadamente, bebeu e muito da fonte de Freddie King. Ouça com calma a obra de King e compare com o que Clapton fez e não ficam dúvidas.  Mas quando estes dois se encontraram, aí sim  tivemos Blues. Da melhor qualidade. Safra única, daquelas que sabemos que não veremos novamente.







Magic Slim: Grand Slam

Mais um disco que saiu na coleção The Blues Collection (recomendadíssimo para os que conhecem ou querem conhecer mais do Blues). Mais uma preciosidade, um músico ainda vivo e atuante, mas pouco celebrado. Magic Slim é simplesmente excelente. É original, e isso é coisa cada vez mais rara, ainda mais por aqui onde nossos supostos 'blueseiros' são tão cheios de clichês e tecnicismo para agradar a molecada guitarreira. Magic Slim é Blues dos bons, e vale a pena ser ouvido tanto quanto qualquer outro dos grandes que circulam por aqui. Isso é Blues sem frescura.





Eddie Boyd - Third Degree

Mais um que me foi apresentado pelo Sr. Eric Clapton no disco From the Cradle. Uma de minhas faixas favoritas do disco sempre foi Third Degree (na versão de Clapton), arrastada, com solos que me obrigaram a pegar a guitarra e pegar cada um daqueles licks. Como não poderia deixar de ser, curioso como sou, tive que ir atrás do tal Eddie Boyd e ouvir como ele gravou. E para  minha surpresa, não é muito diferente do que Clapton fez. Isso siginifica, para mim, que Clapton soube ver que não poderia ficar muito melhor do que já estava. Melhor ainda foi ver que os licks do Clapton que tanto me pegaram já estavam ali na versão do Eddie Boyd.





Sunday 30 May 2010

Johny Winter

Não sou daqueles partidários da idéia de que Blues só pode ser feito por negros, mas sempre que vejo um branco tocando fico com os dois pés atrás. Isso não é preconceito. É resultado de ver mais tentativas do que sucesso. Felizmente há exceções, e Johnny Winter certamente é uma delas. Às portas dos anos 70, em plena psicodelia, Johnny Winter se entrega a um disco de Blues de verdade, cru como poucos, intenso, e o que é mais raro: com um estilo muito peculiar de cantar e tocar. Blues de verdade, como deve ser. Simples e direto, sem frescuras ou exibicionismo, sabendo aliar técnica, velocidade e sinceridade, coisa que poucos sabem fazer. Acompanhando ele, ninguém menos do que Tommy Shannon (que mais tarde tocaria com Stevie Ray Vaughan) e Willie Dixon (é, ele mesmo). Esse disco inaugural de Johnny Winter certamente é um marco na história do Blues e merece estar aqui.








Saturday 29 May 2010

Skip James: Hard Time Killing Floor

Isso sim é BLUES, e dos melhores. Esse sabia utilizar técnica e destreza a favor do estilo, e não como puro exibicionismo, que é o que se mais vê por aí... Skip James pode ser desconhecido por muitos, mas o talento dele é comparável ao de figuras como Robert Johnson. A voz e a maneira de tocar é como a de Howlin' Wolf, B.B. King ou john Lee Hooker: única e inconfundível. Não tem muito o que falar. Só ouvindo para entender.







Gary Moore: Back To The Blues

Não sou um fã entusiasta de Gary Moore, e não gosto de muito do que ele faz quando o assunto é Blues. É exagerado às vezes, e já o vi "desrespeitar" autoridades como Albert King ao vivo exibindo técnica além do necessário e diminuindo King (como se técnica fosse sinônimo de alguma coisa no Blues). De qualquer forma, a contribuição dele é interessante e ele de fato tem bons momentos no Blues, e sabe incluir elementos mais "roqueiros" sem perder a essência da coisa. Nestes dois discos mais recentes é isso que encontrei. Discos blueseiros, interessantes, criativos, e com muita coisa que merece palmas fervorosas. Se ele se dedicasse somente a isso, e tivesse um pouco mais de humildade, certamente seria um guitarrista muito maior do que já é, mas...










Saturday 22 May 2010

Muddy Waters: Folk Singer

Este é um disco antológico, único. Não conhece Blues de verdade que não o ouviu ainda. Nele, simplesmente o que há de melhor: Muddy Waters divide os violões com ninguém menos do que Buddy Guy, acompanhado pelo grandíssimo Willie Dixon no baixo e Clifton Jamesn na bateria. Não tem como pedir mais do que isso. Blues jorra pelas caixas de som quando ouvimos isso. Destaco especialmente a faixa "Feel Like Going Home", uma das primeiras de Muddy que ouvi e que me fez comprar meu primeiro slide.








Thursday 20 May 2010

Son House

O título não carece de mais nada. Son House já diz tudo. Um pilar, e na minha opinião o mais forte deles. A força com que Son House toca e canta é impressionante. Ele em vídeo é impagável. Uma prova da atualidade de Son House? Vide White Stripes, que fizeram versões que fazem jus ao original, cantadas e tocadas com o mesmo ímpeto, intensidade, crueza. Isso é a prova de que Son House não morreu. Pelo contrário. Só falta aprendermos a beber da fonte dele.










Um tributo a quem fez um tributo:

Sunday 16 May 2010

Howlin' Wolf: His Best Chess 50th Anniversary e The London Sessions


A primeira vez que ouvi o nome de Howlin' Wolf foi num disco de Blues, mas não passava de uma referência a ele. Também desta vez demorei a descobrir quem era e como soava Howlin' Wolf. No entanto, foi uma espera que valeu muito a pena. Ele me ajudou a definir o que eu considero Blues, e isso é algo que posso resumir em duas palavras: sinceridade e originalidade. Sem isso, não tem como soar Blues. Não adianta falar da vida difícil, de desamores, ter progressões harmônicas em I-IV-V, escalas pentatôticas, riffs clichês. Sem originalidade, e principalmente originalidade, não é Blues. Adicione a isso uma dose generosa de simplicidade e temos o que há de melhor no Blues.

Howlin' Wolf, que teve Charlie Patton como um de seus 'professores', já que foi com ele que aprendeu a tocar guitarra - o próprio Howlin' Wolf conta isso em uma de suas gravações que disponibilizarei em breve -, tem de tudo que poderia precisar para ser um dos pilares que sustentam o gênero: é simples, direto, sincero, intenso, e com uma voz absolutamente inconfundível.

Só ouvindo para saber o que digo:









E ESSE MERECE ATENÇÃO ESPECIAL:

Buddy Guy: The Complete Chess Studio Records


Buddy Guy para mim tem um significado bastante especial. Por muito tempo só ouvia falar meu pai dele, mas como na época tinha internet, até que eu pudesse OUVIR ou VER Buddy Guy tive que esperar bastante. O primeiro contato, felizmente, foi com um VHS emprestado por amigo da família, que salvo algum engano era o vídeo de The Real Deal. Fiquei fascinado. Absolutamente fascinado pelo jeito que ele tocava e cantava. Foi daquele momento em diante que me distanciei sistematicamente do Heavy Metal que ouvia até então. Todo o resto perdia graça diante da sinceridade com que Buddy Guy tocava e cantava. A simplicidade e a forma como ele se entregava à música eram verdadeiras demais para serem ignoradas.

O resto nem preciso contar.

Nestes CD's estão todas as gravações de Buddy Guy com a Chess Records. Um marco na história do Blues e na carreira desse músico.






Willie Dixon - The Chess Box


Talvez você não saiba, mas Willie Dixon foi o responsável pela composição de algumas das mais memoráveis e conhecidas canções de blues, dentre elas Hoochie Coochie Man, My Baby, Third Degree... Quase todas fizeram sucesso e fama de outros artistas como Muddy Waters, Little Walter, e muitos outros. Nestes CDs, está uma seleção das gravações de Willie Dixon com a Chess Records, a gravadora responsável por lançar vários dos maiores nomes do blues. Se há alguma gravadora que conta a história do Blues, é a Chess Records, e Willie Dixon foi que praticamente escreveu esta história.







Releituras de Johnson: Part II


Como havia dito num post anterior, Clapton nos fez o favor de atualizar as gravações de Robert Johnson, e o fez de forma antológica em dois lançamentos, um em CD simplesmente, o Me and Mr. Johnson, e outro num pack CD+DVD. Neste post trago o CD que acompanha o DVD Sessions for Robert J. Para fãs de blues, de Clapton, de Johnson ou para quem só gosta de música, isso é imperdível.


Um gostinho do DVD:




Etta James: Life, Love & The Blues


A voz de Etta James é inconfundível, única. Sobra projeção, personalidade, potência, sinceridade. Sobra Blues na voz dela. Este é de longe um dos meus favoritos. Destaques merecidos são Born Under a Bad Sing e Hoochie Coochie Gal. Coisa de quem sabe o que está fazendo!

Saturday 15 May 2010

Elmore James


Se eu tive a sorte de ter conhecido Elmore James, foi graças a Eric Clapton em From the Cradle - o qual, a propósito, foi um disco que me fez ir atrás de muita coisa ou, na verdade, todos os nomes que assinavam aquelas músicas. Sempre achei o slide fascinante, e até hoje luto comigo mesmo pra conseguir dominar o tubinho (ainda estou muito longe disso), e certamente nada foi mais inspirador do que ouvir Elmore James fazendo do slide nada mais do que uma extensão dos seus dedos. Só ouvindo pra entender.


John Lee Hooker: Half a Stranger 1948-1954


Um excelente disco do Hooker, cru e direto como o blues deve ser. Sem frescuras, mas com aquele groove e aquela sensualidade que só John Lee Hooker sabia imprimir no blues.



Charlie Patton




A impressão que tenho quando penso em Charlie Patton é que ele parece estar meio esquecido, da maioria que não está tão apegada ao blues quanto alguns fanáticos (como eu). Mas não há dúvidas de que Charlie Patton é um pilares de sustentação do gênero, tão importante quanto Robert Johnson ou Son House, ou outros mais e menos lembrados.





Releituras de Johnson


Eric Clapton nos fez o favor de gravar excelentes releituras e atualizações das músicas de Robert Jonhson, com arranjos excepcionais que fazem justiça ao que as composições representam no universo do estilo. Esse tributo foi lançado em parte do CD Me and Mr. Johnson, e em parte no DVD Sessions for Robert J., que além das imagens das gravações traz ainda outro CD, com músicas que não encontramos em Me and Mr. Johnson.

Ficar aqui falando não leva a nada. O melhor a fazer para entender o que tenho a passar é ouvir o disco:

Abrindo as portas: Robert Johnson




Nada mais óbvio do que começar o blog com Robert Johnson. Ele pode não ter sido o primeiro bluesman, e pode não ter sido o melhor deles, mas quem conhece blues sabe da importância de Robert Johnson não só para o estilo, como para além dele, fazendo com que se embrenhasse pelas veias do rock.

Robert Johnson gravou pouco, mas o pouco que gravou fala por si só, então deixo que os que ouvirem tirem suas próprias conclusões. Afinal, não há palavras que façam justiça à contribuição de Robert Johnson.

Nestes arquivos estão todas as gravações de Robert Johnson: